- O RICO SUDATTA
A importância de sustentar a fé
Brasil Seikyo, Edição 2109, 26/11/2011, pág. A6 / Os Encantos da Filosofia Budista - Para Iniciantes
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Brasil Seikyo é o jornal impresso da editora da
BSGI)
Por meio de dois fatos vividos por um discípulo do Buda Sakyamuni, é possível aprender sobre a conduta inspirada pela fé sincera. A vida possui altos e baixos. Nos momentos tranquilos ou de dificuldades, o que realmente importa é a capacidade de sustentar sua fé. Esse é o solo da sinceridade de onde brota a felicidade duradoura.
SUDATTA
Sudatta foi um comerciante da cidade de Shravasti, na antiga Índia. Era considerado um protetor leigo do Buda Sakyamuni e muito confiado por ele. Diz-se que foi o homem mais rico de seu reino. Mas a vida de Sudatta e sua esposa não foi tranquila. Eles experimentaram dramáticas reviravoltas, enriquecendo e empobrecendo por sete vezes.
DUAS VERSÕES DE SUA HISTÓRIA
Alguns escritos budistas relatam que Sudatta converteu-se ao budismo depois de se tornar muito rico. Entretanto, há também outra versão em que Sudatta e sua esposa viviam na pobreza, mas nutriam profunda fé nos ensinos do Buda.
O ÚLTIMO PERÍODO DE PRIVAÇÃO
Durante o último período de privação, as pessoas da cidade onde moravam haviam fugido ou perecido, até sobrarem apenas ele e sua esposa.
CINCO MEDIDAS DE ARROZ
Certo dia, Sudatta conseguiu cinco medidas de arroz, suficientes para mantê-los por cinco dias. E a esposa cozinhou com a intenção de saboreá-lo com o marido assim que ele retornasse.
*A primeira visita"
Entretanto, Aniruddha, um discípulo de Sakyamuni, bateu à porta munido de uma tigela de esmola. Ao vê-lo, a esposa de Sudatta reverenciou-o respeitosamente e como doação encheu a tigela com o arroz que acabara de preparar.
MAIS VISITAS
Em seguida, outros discípulos de Sakyamuni, tais como Subhuti, Mahakashyapa, Maudgalyayana e Shariputra, foram bater à porta de sua casa, um após outro, com suas tigelas de esmola. Ela doou arroz a cada um.
A ÚLTIMA VISITA
Por último, foi o próprio Sakyamuni. Quando ele pediu uma porção de comida, a esposa de Sudatta ofereceu com toda alegria o restante do arroz que sobrara na panela. Era um gesto de extrema generosidade, uma expressão de sua fé em reverência ao Buda.
SUDATTA RETORNA PARA CASA
Se Sudatta estivesse em casa, ela o teria consultado, embora tivesse certeza que seu marido faria o mesmo oferecendo a doação com elevada satisfação. Mas, por isso haver acontecido em sua ausência, ela ficou um pouco preocupada. “Pouco tempo depois, Sudatta retornou para casa. Ele parecia faminto. “Estou com muita fome. Você pode preparar a mesa?”
AS PERGUNTAS DA ESPOSA
Ela perguntou-lhe o que ele faria se Aniruddha surgisse à porta de sua casa.
— Se tivesse comida, eu lhe ofereceria mesmo que tivesse de ficar sem comer... — respondeu-lhe.
A esposa de Sudatta continuou a lhe perguntar se faria o mesmo com Subhuti, Mahakashyapa ou o próprio Sakyamuni.
SUDATTA RESPONDEU:
— Nem é preciso dizer. Naturalmente, ofereceria a eles, desde que tivesse comida em casa.
A CONFIRMAÇÃO
— Hoje vieram em nossa casa vários discípulos e o próprio Sakyamuni, um após outro. Eu fiquei tão contente que acabei oferecendo todo o arroz que você conseguiu com tanto custo. Porém, fiquei preocupada com o que você acharia disso. Mas agora estou sossegada por dizer que ofereceria a comida mesmo que ficasse sem comer, disse a esposa radiante.
A RESPOSTA DE SUDATTA
— O que você fez foi maravilhoso! Com isso, tenho certeza de que nosso carma negativo será transformado e nos tornaremos muito felizes — Sudatta respondeu sorrindo. Dizem que, por meio desse oferecimento, Sudatta tornou-se um homem virtuoso e muito respeitado.
FONTE DE ABUNDANTE BOA SORTE
A decisão sincera e sem hesitação da esposa e a alegria de seu marido exemplificam o eterno espírito de doação nascido de uma fé pura e genuína. Essa sinceridade é seu verdadeiro espírito e a fonte de abundante boa sorte. Depois de Sudatta tornar-se um homem rico e virtuoso, construiu e doou o Monastério Jetavana para o budismo.
A CONSTRUÇÃO DO MONASTÉRIO
Outro fato é muito conhecido e narrado nos registros budistas da seguinte forma: Sudatta decidiu construir um magnífico monastério para oferecer a Sakyamuni, num lugar tranquilo e que não fosse nem muito longe nem muito perto de Shravasti, a capital de Kosala.
A ESCOLHA DO LOCAL
Após pensar em vários locais, ele escolheu o bosque que pertencia ao príncipe Jetri. Sudatta o encontrou e explicou que gostaria de comprá-lo para construir um monastério. O príncipe recusou a proposta: “Aquele bosque é o lugar que mais aprecio. Mesmo que o senhor cobrisse toda aquela área com ouro, não poderia vendê-lo”.
SUDATTA NÃO DESISTIU
Após uma acirrada discussão, a questão foi levada a um ministro para julgamento. Após ouvir os argumentos de ambos, o ministro emitiu o seu parecer concluindo que o príncipe Jetri deveria vender a Sudatta a parte do terreno que ele conseguisse cobrir com ouro.
COBRINDO O CHÃO COM OURO
Sudatta foi rapidamente para sua casa e voltou com uma carroça carregada de ouro. Ele começou a cobrir o chão com as peças de ouro. No entanto, foi possível apenas cobrir uma pequena parte do terreno. Ele decidiu então trazer todo o ouro que possuía em casa.
A IMPRESSÃO DO PRÍNCIPE
O príncipe Jetri ficou impressionado com a seriedade dele e pensou: “O que leva Sudatta a se desfazer tão facilmente de todas as suas riquezas? Seria Sakyamuni alguém tão extraordinário? Então, o surgimento do Buda é algo verídico?”
A CONQUISTA DO CORAÇÃO
O príncipe disse a Sudatta: “Já basta! Não é mais necessário. Darei essas terras a você”. O coração do príncipe ficou enternecido pela extrema sinceridade e inabalável convicção dele. Sudatta não só doou o terreno como também se ofereceu para construir um magnífico portal. O príncipe simpatizou-se com o espírito de devoção de Sudatta.
O BUDA SAKYAMUNI É INFORMADO
Ao ser informado por Sudatta de seu desejo de doar o monastério, Sakyamuni respondeu: “Gostaria que esse monastério não fosse doado somente a mim, mas a toda a comunidade de budistas”. O Monastério Jetavana tornou-se um local amplamente utilizado por todos os praticantes.
O PRESENTE DE ARROZ
No escrito O presente de arroz, Daishonin afirma: “Mesmo os mortais comuns, todavia, podem alcançar o estado de Buda se fizerem de um ponto uma parte inseparável de sua vida — um puro espírito de procura”.
UM EXEMPLO DE CONDUTA
A vida de Sudatta é exemplo de conduta de uma pessoa que, mesmo sendo destituída de todos os bens materiais, manteve a dignidade e a nobreza de seu espírito. Da mesma forma, ele soube sustentar este espírito de procura nos momentos de riqueza.
A FÓRMULA DA FELICIDADE
Este espírito de procura aliado à doação eleva o estado de vida e proporciona grandes benefícios, e isso, por sua vez, aprofunda a convicção na prática budista. Esta é a fórmula que coloca as pessoas na órbita da felicidade absoluta.
CONCLUSÃO
A conduta de Sudatta em relação à fé era a mesma, tanto nos momentos de dificuldade como de riqueza. Uma pessoa capaz de sustentar a fé em qualquer momento é sincera. E essa sinceridade é o que enobrece o espírito de doação. Portanto, a atitude com relação à fé é o que mais importa.
(enviado por Suzette Martins para o bloco Guarara)
- DESAFIE A SI PRÓPRIO
Brasil Seikyo n. 2166, 02/02/2013, pág. B4
(
Brasil Seikyo é o jornal impresso da editora da
BSGI)
*Os desafios da vida
testam a força de nosso espírito.
As pessoas que possuem um espírito vigoroso e forte triunfam. Assim é a vida.
O budismo nos permite adquirir vitalidade e vigor ilimitados*.
(BS, ed. 1.811, 10 set. 2005, p. A2.)
A importância do desafio
“Pelo fato de haver sofrimentos na vida é que podemos desafiar a nós próprios. E por haver desafios e batalhas é que a vida se torna interessante. Algumas vezes, não há nada mais doloroso ou difícil que não ter nada para fazer e passar os dias na ociosidade. A alegria de viver está em desafiar e vencer as dificuldades. Todos os nossos esforços em prol do Kossen-rufu contribuem especialmente para o nosso próprio crescimento e se tornam uma fonte de alegria e realização. Espero que tenham profunda convicção nisso” (BS, ed. 1.742, 3 abr. 2004, p. A3).
Oportunidade para se fortalecer
“O Dr. Arnold Toynbee sustentava que a civilização continuaria a se desenvolver, sempre e quando o gênero humano tivesse energia vital para aceitar como desafio os inevitáveis problemas e obstáculos inerentes à vida, considerando-os uma oportunidade para se fortalecerem. Ao contrário, quando as pessoas perdem a força e vitalidade para reagirem de maneira positiva diante dos desafios, a civilização começa a entrar em decadência” (BS, 1.464, 15 jun. 1998, p. 3A).
Significado da vida
“Guimarães Rosa declarou: ‘Nós morremos para provar que vivemos’ Essa é uma declaração muito forte. Como e com base em qual filosofia vivemos e lutamos e por fim vencemos na vida? No esforço para deixar um claro registro disso é que encontramos significado e desafio na vida” (BS, ed. 1.627, 10 nov. 2001, p. A3).
Prepare-se!
“A questão é que, em qualquer desafio, a pessoa que se prepara antes leva vantagem. Para vencer, devemos realizar os preparativos com toda a energia e da melhor forma. Ninguém consegue se igualar a uma pessoa preparada e determinada a vencer” (BS, ed. 1692, 22 mar. 2003, p. A3).
Alcance uma alegre vitória
“O Kossen-rufu é um desafio infinitamente nobre e digno para tentar elevar o espírito humano às mais supremas alturas. Nenhuma vida pode ser mais grandiosa que aquela dedicada a essa gloriosa e eterna causa. É claro que todos nós passamos por vários problemas e dificuldades em nossa vida diária, mas o importante é alcançar uma alegre vitória em cada desafio que está diante de nós, um de cada vez, dia após dia” (BS, ed. 1.692, 22 mar. 2003, p. A3).
Cada dia é um novo desafio
“Vamos iniciar o dia de hoje com renovada e revigorada disposição. Vamos avançar energicamente, fazendo com que nossa vida brilhe com todo o esplendor, assim como o sol nascente. Cada dia é um novo desafio. Cada dia é uma oportunidade de nos treinarmos e melhorarmos. Cada dia é uma batalha para evoluirmos em nossa revolução humana”
(enviado por Christina Guimarães para o Bloco Guarara)
- O Princípio dos Dez Mundos é fascinante
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(enviado por Christina Guimarães)
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Livro essencial
BSGI Por uma sociedade
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Outro livro essencial
Os Fundamentos do Budismo Nichiren
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